A
defesa do corpo contra infecções, e conseqüentemente contra doenças
infecciosas, é um processo complicado. Defender o corpo envolve o sangue e,
particularmente, os glóbulos brancos, que contribuem com a defesa de diferentes
formas, como descrito resumidamente no capítulo três.
Os anticorpos que são encontrados no
sangue atuam na defesa e destruição dos micro-organismos. São específicos aos
seus antígenos correspondentes que são encontrados na superfície, entre outros
locais, de bactérias e vírus, que nos fazem adoecer. Este capítulo fala sobre
antígenos, anticorpos e imunidade. Além disso, aborda vagamente o HIV e a AIDS,
ambos ligados ao nosso sistema imunológico.
Antígenos e anticorpos
Antígenos
São
as substâncias responsáveis pela formação dos anticorpos. Eles podem ser parte
da superfície de uma célula (por exemplo, um micro-organismo) ou podem ser
livres, não ligados a nada. São encontrados em toda a natureza, inclusive no
corpo humano, sendo alguns familiares a este, parte de nós mesmos, dos nossos
corpos e com os quais nascemos. Outros antígenos são estranhos para nós e para
nosso sistema imunológico, são os que podem, por exemplo, ser encontrados na
superfície de bactérias ou vírus.
Antígenos
estranhos entram no corpo de formas diferentes: através da comida, da água e do
ar. O corpo se defende contra os antígenos estranhos formando anticorpos que
combinam exatamente com aqueles antígenos estranhos ao corpo. Os anticorpos
garantem que o sistema imunológico do corpo seja ativado, atacando o antígeno
na superfície onde o encontrou, de forma que o micro-organismo seja destruído e
uma pessoa não adoeça.
O
sistema imunológico combate os antígenos estranhos ao mesmo tempo em que libera
substâncias das células envolvidas – substâncias que nos fazem sentir mal
porque, por exemplo, a temperatura do nosso corpo aumenta.
Antígenos
e genes
Um
antígeno não deve ser confundido com um gene, eles são coisas bem diferentes.
Há, no entanto, uma importante correlação entre eles, já que são os genes que
determinam os tipos de antígenos que poderão ser encontrados no organismo.
Genes são encontrados nos cromossomos que herdamos dos pais. Eles contêm as
informações básicas, cruciais para determinar as características de uma pessoa.
Os antígenos são encontrados na superfície das células entre outros locais e
são uma das características determinadas pelos genes.
Anticorpos
Anticorpos
são as substâncias formadas pelo sistema imunológico quando este se depara com
um antígeno que não pertence ao organismo. Um anticorpo se molda com a mesma
estrutura do antígeno responsável pela sua criação, formando um par único que
reage apenas entre si, como uma chave que encaixa apenas em uma fechadura.
Anticorpos
são formados com partes dos glóbulos brancos chamados linfócitos-B, eles
combatem os microorganismos estranhos conectando-se aos seus antígenos,
atraindo assim os neutrófilos que cercam e capturam o microorganismo,
destruindo-o.
Como
os anticorpos são produzidos pelos glóbulos brancos, o sangue se torna uma
parte importante da defesa do corpo contra infecções e doenças.
Anticorpos
são proteínas encontradas em todos os tecidos e no plasma, circulam
continuamente com o sangue dentro do corpo e conectam-se com os tipos de
antígenos para os quais foram formados para reagir. Como regra você possui
apenas anticorpos contra os antígenos com os quais você já cruzou antes,
tornando-se imune a estes.
Imunidade
A
palavra imunidade implica em resistência e assim, refere-se a resistência aos
microorganismos com os quais o corpo tenha cruzado. Quando você é imunizado
contra um antígeno, uma reação específica acontece entre o antígeno e os
linfócitos-B, formando os anticorpos. Esta reação leva ao desenvolvimento de
células de memória, entre outras coisas, que garantem que o corpo reconheça e
reaja contra o antígeno no futuro, tornando-se assim resistente aos
micro-organismos.
Uma
distinção é feita entre a primeira imunização e as subseqüentes. A primeira
imunização acontece quando o corpo se depara com um antígeno estranho pela
primeira vez. A reação contra o antígeno é relativamente lenta porque os
linfócitos precisam ser primeiro ativados para depois produzirem os anticorpos,
células de memória, etc. Nas imunizações subseqüentes os linfócitos já estão
ativos no sangue, tanto os anticorpos como as células de memória já existem. A
reação é muito mais rápida e vigorosa, pois os anticorpos são formados em
quantidade. Assim imunizações repetidas aumentam consideravelmente a imunidade
contra antígenos estranhos.
A
imunização é usada na vacinação. Um antígeno, isolado do micro-organismo
indutor da doença, é aplicado fazendo com que o paciente desenvolva anticorpos.
Mais tarde, quando a pessoa encontra o antígeno como parte de uma bactéria ou
vírus, o corpo reagirá rápida e vigorosamente, prevenindo a pessoa de ficar
doente. Dessa forma a pessoa pode tornar-se imune a muitas doenças como, por
exemplo, sarampo, gripe, varíola, etc.
VIH/SIDA (HIV/AIDS)
A
SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida na sigla em
inglês AIDS, é uma doença diretamente ligada à defesa imunológica do corpo,
causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou, em inglês HIV).
A
infecção pelo HIV evolui após um período que varia entre 5-15 anos livre de
sintomas, em AIDS. O HIV dilacera a defesa imunológica, porque o vírus ataca e
destrói alguns dos glóbulos brancos, os chamados linfócitos-T, que normalmente
ajudam o corpo a se defender dos micro-organismos. Em outras palavras, o HIV
acaba com a defesa imunológica, para a qual fica incrivelmente difícil combater
os micro-organismos estranhos. Depois de alguns anos, a defesa imunológica está
tão debilitada que o corpo é incapaz de combater infecções que em
circunstâncias normais seriam inofensivas. Quando o portador do HIV contrai
este tipo de infecção e conseqüentemente adoece, certamente está com AIDS. A
maioria dos pacientes de AIDS morre de infecções básicas, como diarréia ou
pneumonia.
Resumo e questões
A
defesa do corpo contra os microorganismos é chamada de defesa imunológica e é
constituída de anticorpos e dos linfócitos-T.
Antígenos
são substâncias semelhantes a proteínas, encontradas soltas, por exemplo, no
plasma, ou presas, por exemplo, as superfícies das células. Antígenos estranhos
são descobertos e reconhecidos pela defesa imunológica do corpo, porque possuem
uma estrutura estranha ao mesmo. Quando a defesa imunológica descobre um
antígeno estranho, é instruída a formar anticorpos que combinem exatamente com
o antígeno em questão.
Os
anticorpos são formados pelos linfócitos-B e combatem os antígenos estranhos
agarrando-se a estes e atraindo os neutrófilos, que cercam e destroem o
organismo estranho.
A
imunização acontece de duas formas: na primeira o corpo se depara com o
antígeno pela primeira vez, e porque o corpo tem que iniciar a produção de
anticorpos e de células de memória, a formação dos anticorpos e o combate à
infecção acontecem lentamente. As imunizações subseqüentes acontecem nas
próximas vezes que o corpo encontra com os mesmos antígenos. Os anticorpos e as
células de memória já estão presentes no sangue, assim o processo de formação
de novos anticorpos é rápido e vigoroso e os microorganismos serão mortos antes
de causarem a doença. A imunização é usada na vacinação onde os antígenos são
isolados dos microorganismos causadores da doença.
O
HIV e a AIDS estão ligados à defesa imunológica do corpo. O HIV é um vírus que
destrói a defesa imunológica humana. Depois de alguns anos a infecção pelo HIV
enfraqueceu de tal forma o paciente que ele não é mais capaz de combater
infecções básicas e morre. Diz-se então que o paciente está com AIDS.
1. O que significa imunidade?
- O que são antígenos?
- O que são anticorpos?
- Que tipo de célula do sangue
produz os anticorpos?
- Descreva a diferença entre a
primeira imunização e as imunizações posteriores.
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