domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 4 - A defesa imunológica do corpo



A defesa do corpo contra infecções, e conseqüentemente contra doenças infecciosas, é um processo complicado. Defender o corpo envolve o sangue e, particularmente, os glóbulos brancos, que contribuem com a defesa de diferentes formas, como descrito resumidamente no capítulo três.

Os anticorpos que são encontrados no sangue atuam na defesa e destruição dos micro-organismos. São específicos aos seus antígenos correspondentes que são encontrados na superfície, entre outros locais, de bactérias e vírus, que nos fazem adoecer. Este capítulo fala sobre antígenos, anticorpos e imunidade. Além disso, aborda vagamente o HIV e a AIDS, ambos ligados ao nosso sistema imunológico.

Antígenos e anticorpos

Antígenos

São as substâncias responsáveis pela formação dos anticorpos. Eles podem ser parte da superfície de uma célula (por exemplo, um micro-organismo) ou podem ser livres, não ligados a nada. São encontrados em toda a natureza, inclusive no corpo humano, sendo alguns familiares a este, parte de nós mesmos, dos nossos corpos e com os quais nascemos. Outros antígenos são estranhos para nós e para nosso sistema imunológico, são os que podem, por exemplo, ser encontrados na superfície de bactérias ou vírus.

Antígenos estranhos entram no corpo de formas diferentes: através da comida, da água e do ar. O corpo se defende contra os antígenos estranhos formando anticorpos que combinam exatamente com aqueles antígenos estranhos ao corpo. Os anticorpos garantem que o sistema imunológico do corpo seja ativado, atacando o antígeno na superfície onde o encontrou, de forma que o micro-organismo seja destruído e uma pessoa não adoeça.



O Anticorpo encaixa no antígeno como uma chave encaixa na sua fechadura.


O sistema imunológico combate os antígenos estranhos ao mesmo tempo em que libera substâncias das células envolvidas – substâncias que nos fazem sentir mal porque, por exemplo, a temperatura do nosso corpo aumenta.

Antígenos e genes

Um antígeno não deve ser confundido com um gene, eles são coisas bem diferentes. Há, no entanto, uma importante correlação entre eles, já que são os genes que determinam os tipos de antígenos que poderão ser encontrados no organismo. Genes são encontrados nos cromossomos que herdamos dos pais. Eles contêm as informações básicas, cruciais para determinar as características de uma pessoa. Os antígenos são encontrados na superfície das células entre outros locais e são uma das características determinadas pelos genes.

Anticorpos

Anticorpos são as substâncias formadas pelo sistema imunológico quando este se depara com um antígeno que não pertence ao organismo. Um anticorpo se molda com a mesma estrutura do antígeno responsável pela sua criação, formando um par único que reage apenas entre si, como uma chave que encaixa apenas em uma fechadura.

Anticorpos são formados com partes dos glóbulos brancos chamados linfócitos-B, eles combatem os microorganismos estranhos conectando-se aos seus antígenos, atraindo assim os neutrófilos que cercam e capturam o microorganismo, destruindo-o.

Como os anticorpos são produzidos pelos glóbulos brancos, o sangue se torna uma parte importante da defesa do corpo contra infecções e doenças.

Anticorpos são proteínas encontradas em todos os tecidos e no plasma, circulam continuamente com o sangue dentro do corpo e conectam-se com os tipos de antígenos para os quais foram formados para reagir. Como regra você possui apenas anticorpos contra os antígenos com os quais você já cruzou antes, tornando-se imune a estes.

Imunidade

A palavra imunidade implica em resistência e assim, refere-se a resistência aos microorganismos com os quais o corpo tenha cruzado. Quando você é imunizado contra um antígeno, uma reação específica acontece entre o antígeno e os linfócitos-B, formando os anticorpos. Esta reação leva ao desenvolvimento de células de memória, entre outras coisas, que garantem que o corpo reconheça e reaja contra o antígeno no futuro, tornando-se assim resistente aos micro-organismos.


Anticorpos monoclonais - de formato Y. 

Uma distinção é feita entre a primeira imunização e as subseqüentes. A primeira imunização acontece quando o corpo se depara com um antígeno estranho pela primeira vez. A reação contra o antígeno é relativamente lenta porque os linfócitos precisam ser primeiro ativados para depois produzirem os anticorpos, células de memória, etc. Nas imunizações subseqüentes os linfócitos já estão ativos no sangue, tanto os anticorpos como as células de memória já existem. A reação é muito mais rápida e vigorosa, pois os anticorpos são formados em quantidade. Assim imunizações repetidas aumentam consideravelmente a imunidade contra antígenos estranhos.

A imunização é usada na vacinação. Um antígeno, isolado do micro-organismo indutor da doença, é aplicado fazendo com que o paciente desenvolva anticorpos. Mais tarde, quando a pessoa encontra o antígeno como parte de uma bactéria ou vírus, o corpo reagirá rápida e vigorosamente, prevenindo a pessoa de ficar doente. Dessa forma a pessoa pode tornar-se imune a muitas doenças como, por exemplo, sarampo, gripe, varíola, etc.

VIH/SIDA (HIV/AIDS)

A SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida na sigla em inglês AIDS, é uma doença diretamente ligada à defesa imunológica do corpo, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou, em inglês HIV).

A infecção pelo HIV evolui após um período que varia entre 5-15 anos livre de sintomas, em AIDS. O HIV dilacera a defesa imunológica, porque o vírus ataca e destrói alguns dos glóbulos brancos, os chamados linfócitos-T, que normalmente ajudam o corpo a se defender dos micro-organismos. Em outras palavras, o HIV acaba com a defesa imunológica, para a qual fica incrivelmente difícil combater os micro-organismos estranhos. Depois de alguns anos, a defesa imunológica está tão debilitada que o corpo é incapaz de combater infecções que em circunstâncias normais seriam inofensivas. Quando o portador do HIV contrai este tipo de infecção e conseqüentemente adoece, certamente está com AIDS. A maioria dos pacientes de AIDS morre de infecções básicas, como diarréia ou pneumonia.

Resumo e questões

A defesa do corpo contra os microorganismos é chamada de defesa imunológica e é constituída de anticorpos e dos linfócitos-T.

Antígenos são substâncias semelhantes a proteínas, encontradas soltas, por exemplo, no plasma, ou presas, por exemplo, as superfícies das células. Antígenos estranhos são descobertos e reconhecidos pela defesa imunológica do corpo, porque possuem uma estrutura estranha ao mesmo. Quando a defesa imunológica descobre um antígeno estranho, é instruída a formar anticorpos que combinem exatamente com o antígeno em questão.

Os anticorpos são formados pelos linfócitos-B e combatem os antígenos estranhos agarrando-se a estes e atraindo os neutrófilos, que cercam e destroem o organismo estranho.

A imunização acontece de duas formas: na primeira o corpo se depara com o antígeno pela primeira vez, e porque o corpo tem que iniciar a produção de anticorpos e de células de memória, a formação dos anticorpos e o combate à infecção acontecem lentamente. As imunizações subseqüentes acontecem nas próximas vezes que o corpo encontra com os mesmos antígenos. Os anticorpos e as células de memória já estão presentes no sangue, assim o processo de formação de novos anticorpos é rápido e vigoroso e os microorganismos serão mortos antes de causarem a doença. A imunização é usada na vacinação onde os antígenos são isolados dos microorganismos causadores da doença.

O HIV e a AIDS estão ligados à defesa imunológica do corpo. O HIV é um vírus que destrói a defesa imunológica humana. Depois de alguns anos a infecção pelo HIV enfraqueceu de tal forma o paciente que ele não é mais capaz de combater infecções básicas e morre. Diz-se então que o paciente está com AIDS.

1. O que significa imunidade?
  1. O que são antígenos?
  2. O que são anticorpos?
  3. Que tipo de célula do sangue produz os anticorpos?
  4. Descreva a diferença entre a primeira imunização e as imunizações posteriores.

0 comentários:

Postar um comentário