domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 9 - A manufatura e o armazenamento dos componentes do sangue


O sangue coletado deve ser usado nos pacientes da forma mais segura e benéfica possível.

A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária considera o preparo do sangue e hecomponentes de grande importância e por isso, estabeleceu desde 2004 uma resolução que determina o Regulamento Técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, todos os testes relacionados ao sangue e hemocomponentes como sorologia e tipagem Rh, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso do sangue e hemocomponentes. Esta resolução aborda coleta do sangue total de doadores voluntários, a coleta do sangue do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea.

O preparo dos hemocomponentes

Durante a doação, o sangue, de um único doador considerado saudável, é coletado em bolsas plásticas quádruplas. O conjunto de bolsas é considerado estéril e apirogênico e deve ser usado somente uma vez.

O sangue coletado é armazenado em uma bolsa principal contendo uma solução necessária para que o sangue não coagule dentro da bolsa.

Após a coleta, o sangue deve ser centrifugado para separar por densidade celular seus componentes. Após a centrifugação, os lacres na parte superior e inferior da bolsa de coleta devem ser quebrado. Por expressão automatizada, o plasma é transferido para a bolsa superior; ao mesmo tempo, o concentrado de hemácias é transferido para a bolsa inferior que contém SAG-manitol (solução preservante para o armazenamento de hemácias).

No final da expressão do plasma e do concentrado de hemácias temos no interior da bolsa principal uma camada leucoplaquetária que deverá ser centrifugada novamente para a produção do concentrado de plaquetas.

Assim, o sangue total coletado de um único doador é dividido em 3 hemocomponentes diferentes, que devem ser armazenados em condições distintas de acordo com o indicado para um. Todos os hemocomponentes provenientes de sangue total são identificados com uma combinação única e clara de números tornando possível rastrear o local de coleta, o preparo de cada hemocomponente, o armazenamento e em qual paciente foi transfundido.

Armazenando os hemocomponentes

Algumas regras específicas sobre o armazenamento de cada componente do sangue foram estabelecidas e falam principalmente sobre a temperatura do armazenamento, já que o prazo de validade, que pode variar de 21 dias a 42 dias, depende do tipo de bolsa e preservantes utilizados.

Os concentrados de hemácias devem ser armazenados em geladeiras ou câmaras com temperatura de 2 a 6 graus, quando preservados em SAG-manitol tem validade de 42 dias.

Os concentrados de plaquetas devem ser armazenados em agitadores constantes para auxiliar a troca gasosa através da bolsa plástica em temperatura de 20 a 24 ºC durante, no máximo, 5 dias.

O plasma fresco congelado deve ser armazenado em temperaturas de 18 ºC negativos ou menos com validade de um ano. Após este período, este passa a ser considerado plasma simples e tem validade de mais 4 anos.

Quando se armazena sangue, a temperatura deve ser medida e registrada continuamente (cerca de 6 vezes ao dia) ou por meio de registradores gráficos de temperatura.

Cabines de resfriamento e salas de armazenamento de hemocomponentes devem ser limpas cuidadosamente e não podem ser usadas para guardar comida, amostras de urina ou tecido, ou qualquer outro item que possa transmitir vírus ou bactérias para os componentes do sangue. 
Liberação de hemocomponentes
Após o preparo, todos os hemocomponentes devem ser armazenados em estoque de quarentena de acordo com as temperaturas estabelecidas até que todos os resultados dos testes de sorologia e tipagem estejam disponíveis.

Os hemocomponentes liberados para uso devem ser separados dos hemocomponentes que ainda aguardam os testes de sorologia e tipagem e os liberados devem ser disponibilizados para uso em pacientes.

Controle de qualidade

Para garantir a qualidade dos hemocomponentes, uma amostragem deste e dos insumos utilizados para coleta do sangue total são avaliados pelo controle de qualidade. Os resultados dos testes devem estar dentro dos padrões de qualidade estabelecidos ou o sangue será descartado.

De forma a evitar a ocorrência de erros, todos os procedimentos são descritos minuciosamente. Qualquer procedimento diferente destas instruções deve ser descrito em um relatório especial, de onde é possível verificar como foram feitos e possíveis erros dos mesmos, diminuindo os riscos futuros. Desta forma, toda a produção passa por um processo contínuo da garantia da qualidade.

Resumo e questões

Durante a coleta, o sangue é colocado em uma bolsa de plástico, parte de um conjunto de quatro bolsas conectadas por tubos. Após a coleta, o sangue é centrifugado de forma a ser dividido em três camadas na bolsa principal, de acordo com a sua densidade. Cada camada é transferida para sua própria bolsa. As bolsas são separadas, possibilitando que cada conteúdo seja estocado em ótimas condições, de acordo com seu padrão específico. Cada um dos três componentes é armazenado de forma própria para que fique tão fresco quanto possível. O prazo de validade de cada bolsa depende ainda da temperatura.

Antes dos componentes do sangue serem usados, análises são feitas, verificando, por exemplo, o tipo sanguíneo e a existência de infecções. Para descobrir se a qualidade dos hemocomponentes é boa, são feitas também checagens aleatórias de acordo com um padrão de qualidade estabelecido.

  1. Nomeie os hemocomponentes que separados na bolsa da coleta.
  2. Como é feita a separação?
  3. Qual o prazo de validade de cada componente?
  4. Como o sangue é testado antes de ser usado nos pacientes?

0 comentários:

Postar um comentário